- Bati! – disse Luana, colocando a última carta sobre a
mesa.
- Ah, não! Vamos de novo.
- Desiste, amor, eu sou muito boa em jogos.
- Ah, é?
- Até parece que você não sabe, Matheus... já cansou de perder
para mim.
- Não tá se achando muito não?
- E você não tá ignorando as evidências não?
- Ah, já sei... Isso me lembrou um jogo e nesse você não tem
a menor chance, mocinha!
- D U V I D O. Qual?
- Só perguntas, já jogou?
- Não...
- A gente só pode dialogar por perguntas. O primeiro que responder
com uma afirmação perde. E não pode pensar muito, tem que responder rápido.
- Tá, bora!
- Vou começar então. Luana, como você gosta de passar o
tempo?
- Além de humilhar você nos jogos?
- Você só se diverte jogando?
- Você não me conhece tão bem, Matheusito? Por que não me diz
você o que mais eu gosto?
- Viajar?
- Quem não gosta de viajar, não é mesmo?
- E eu? Do que eu gosto? – reverteu o rapaz.
- Será que existe qualquer outra resposta possível além de
comer e dormir?
- Então é assim que você me vê?
- Quer me lembrar alguma outra coisa?
- Não poderia dizer: dançar? – brincou Matheus.
- Por que eu falaria isso?
- Não foi no forró nosso primeiro beijo?
- E, por acaso, você não estava fingindo gostar para me
agradar?
- Por quê? Você costuma fazer isso comigo?
- Depois de tanto tempo, você ainda não sabe que eu não sei mentir
direito?
- Então a senhorita nunca mente?
- Já ouviu aquela frase: nunca diga nunca?
- Mas você responderia honestamente minha próxima pergunta?
- Por que você não pergunta logo?
- Está pronta?
- Você não sabe como eu sou competitiva?
- Será que sua competitividade tem limites?
- Quer perguntar logo?
- Quer casar comigo?
- Você vai mesmo brincar com isso?
- Luana... - repetiu, revelando a aliança que trazia no bolso
- Você quer casar comigo?
- Claro que eu quero, palhaço! – afirmou Luana, beijando-o
em seguida.
- Amor... – falou o rapaz.
- Diga, meu bem.
- Eu disse que você não tinha chances.
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